Por: Carlos Botelho e Cleber Facchi
De um lado os sintetizadores, a essência neon dos anos 1980 e toda a paixão da alma feminina. No outro oposto as cores, a celebração e a felicidade de uma das maiores (em tamanho e criatividade) representantes do indie pop atual. Para celebrar os mais de 160 anos do querido Mr. Jack, criador da marca de whiskies Jack Daniel’s, a Playbook em parceria com uma multidão de fãs apaixonados trouxe pela primeira vez ao Brasil os shows da neozelandesa Ladyhawke e do coletivo sueco I’m From Barcelona. A festa aconteceu na última sexta (28) e fomos até lá para conferir de perto toda a animação das duas bandas:
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Ladyhawke
Depois de um set cheio de hits indie do “DJ Lúcio Ribeiro” o palco se aquietou e os músicos se aproximaram. Alguns minutos mais tarde a atenção se voltou para a figura visivelmente tímida da neozelandesa Philippa Pip Brown, artisticamente conhecida como Ladyhawke. O synthpop característico de muitas de suas músicas foi substituído pelo uso constante de um instrumental bem mais pesado, casando com a postura “roqueira” da artista bem com o belo timbre que crescia de maneira harmoniosa a cada nova faixa.
A maioria dos comentários durante a performance da neozelandesa eram sobre a ansiedade para a próxima atração do evento, o I’m From Barcelona. Apesar de grande parte do público não ter se identificado com o show, um grupo seleto e entusiasmado de fãs entoava as músicas e vibrava ao final de cada uma, o que parecia deixar a cantora ainda mais acanhada.
A interação entre público e banda se tornava mais calorosa durante a execução de músicas mais conhecidas da cantora, como My Delirium, Professional Suicide e Back of the Van, faixas que acabaram proporcionando os melhores momentos do show. Com um setlist que pareceu se estender mais que o necessário e economia nos diálogos ao final ela agradeceu satisfeita e entregou a palheta para uma fã mais exaltada. Mesmo entusiasmada e agradando aos fãs que se aglomeravam na borda do palco, a impressão que fica é a de que Ladyhawke funcionou muito bem ao vivo, porém como uma mera abertura para o que o I’m From Barcelona viria estabelecer pouco depois.
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I’m From Barcelona
“Felicidade” e “celebração” são duas palavras que bem representam o que o público encontrou durante a primeira passagem do coletivo sueco I’m From Barcelona no Brasil. Originalmente composto por 27 membros – que se revezam nas vozes, instrumentação e letras das canções -, o imenso grupo trouxe para o solo brasileiro pouco mais da metade da formação que atraiu os olhos de críticos e do público mundo afora. Mesmo com o número reduzido de componentes, a cada composição lançada pela festiva banda, a sensação era novos membros eram acrescidos, sejam figuras imaginárias que se multiplicavam em cima do palco ou o próprio público, também instrumentos nas mãos do maestro Emanuel Lundgren.
Com quatro discos na bagagem, o que não faltou foram clássicos durante a imensa apresentação – quase duas horas que poderiam ser prolongadas com tranquilidade no que dependesse do público. De criações épicas como Oversleeping e We’re From Barcelona faixas coreografáveis como Treehouse, cada canção parecia contribuir para a formação do clima colorido e entusiasmado que pairava pelo ar, representação que não apenas se manifestava no rosto do público, mas nas feições da própria banda, que manteve o clima em alta a cada nova composição.
Com direito a balões, bolo de aniversário e até trechos de We Are Your Friends (do Justice), o grupo sueco fez nascer uma das melhores apresentações que os espectadores brasileiros devem ver até o fechamento de 2012. Trazidos para o Brasil pelo próprio público, a banda agradeceu durante grande parte da noite o esforço dos fãs pela atitude, figuras recompensado com uma sequência assertiva de canções guardadas há temos pelo grupo e finalmente apresentadas ao vivo.
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